Causalidade de Rothman e Greenland (1998)

O que Rothman & Greenland (1998) pensam sobre causalidade em epidemiologia?

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

A causa da ocorrência de uma doença é um evento, uma condição ou uma característica que precedeu o início da doença.

Causa ⟶ Efeito

Causa Suficiente:
Mecanismo causal completo, um conjunto mínimo de condições e de eventos que seja suficiente para o desfecho ocorrer.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Exemplo:

Caminhando numa pista gelada, cai e fratura o quadril.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Causas:

  1. Tempo no dia do incidente;
  2. Pista não foi limpa para pedestres;
  3. Escolha do tipo de calçado;
  4. Falta de corrimão.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Bloquear a contribuição de qualquer causa componente previne a atuação da causa suficiente.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Esquema: Causas

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

  • A: Mau tempo
  • B: Pista de pedestre não limpa
  • C: Má escolha do tipo de calçado
  • D: Falta de corrimão
  • U: Conjunto de causas componentes desconhecidas, que devem estar presentes, ou devem ter ocorrido.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Uma característica do conceito ingênuo de causalidade é a presunção de uma correspondência um-para-um entre causa observada e o efeito.

Para cada causa componente em uma causa suficiente, o conjunto das outras causas componentes naquela causa suficiente compreende as causas componentes complementares.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Causa necessária:

É reservado, portanto, a um tipo particular de causa componente sob o modelo de causa suficiente.
Se qualquer das causas componentes aparecer em toda causa suficiente, então aquela causa componente é denominada uma causa componente necessária.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Doença

Incorreto

Período de indução longo ou curto

Em relação a uma causa componente específica, operando em uma causa suficiente específica.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Tempo de indução próprio:

  • A ⟶ Tempo 3 (maior)
  • B ⟶ Tempo 2
  • C ⟶ Tempo 1
  • D ⟶ Tempo 0 (menor)

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Causas componentes da causa suficiente

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Esquema: Causas componentes da causa suficiente

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Uma determinada doença pode ser motivada por mais de um mecanismo causal e cada um envolve a ação conjunta de várias causas. Causas componente-suficientes são constituídas por um número de causas componentes que, isoladamente, não são suficientes para a ocorrência do evento adverso. Um conjunto de causas componentes conforma uma causa suficiente, assegurando a ocorrência do evento em questão.

Uma causa é dita como sendo suficiente quando ela inevitavelmente produz ou inicia um desfecho, e é dita necessária se o desfecho não pode acontecer na sua ausência. Uma causa suficiente não é necessariamente um fator único, mas quase sempre compreende diversos componentes (causalidade multifatorial).

Muitas causas que são de interesse da epidemiologia, embora não sejam suficientes, são componentes de causas suficientes. Não dispor de água tratada para beber não é suficiente para o surgimento de doenças diarréicas e fumar não é suficiente para a ocorrência do câncer de pulmão, mas ambas são causas componentes de causas suficientes.

Não é necessário identificar todos os componentes para estabelecer medidas preventivas. Removendo-se um componente poderá interferir na ação dos demais componentes e assim prevenir a ocorrência do agravo à saúde. Por exemplo, mesmo não sendo capaz de identificar todas as causas componentes de uma dada causa suficiente para câncer de pulmão, entre as quais está o hábito de fumar, é possível prevenir aqueles casos que resultariam desta causa suficiente pela remoção do fumo da constelação de causas componente.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ


ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Veja o video:

Transcrição do conteúdo

Toda vez que desenvolve um estudo eu penso quais critérios eu consigo cumprir?

Eu discuto nos resultados do meu estudo, os meus achados, com outros estudos eu estou buscando coerência.

Quando eu falo assim olha o meu estudo ele é transversal eu já estou dizendo que eu estou ferindo outro critério de causalidade que é a temporalidade quando eu vou lá e falo se olha a minha magnitude da associação foi tanto e eu observo que à medida que aumento a exposição eu aumento o meu desprezo.

Eu estou falando de dose e resposta.

A gente tem que tá todo tempo lidando com os critérios de causalidade de Hill

Entretanto, quando a gente pensa no mecanismo multicausal, apesar que ele trouxe muitas coisas que nos ajudaram a compreender essas relações multicausais a gente não consegue visualizar claramente como seria no contexto de causal.

Rothman, ele então vem falar dos critérios multicausais

Pra uma doença ocorrer Eu tenho que ter um conjunto mínimo que seja o suficiente para a ocorrência da doença.

Esse conjunto mínimo ele é composto por causas componentes.

Se eu fumo, tenho uma alimentação não saudável, sou bebedor, excessivo de álcool.

Eu posso desenvolver uma doença cardiovascular

Outra pessoa, ela não fuma mas ela não faz também atividade física ou seja, ela é sedentária.

Ela tem sobrepeso ou obesidade e tem uma alimentação inadequada é um outro conjunto de causas componentes que são suficientes para o adoecimento.

Então a gente trabalha às vezes entendendo essas exposições mas sabendo que existe outras causas complementares que a gente não consegue mensurar no estudo e às vezes porque a gente até desconhece elas.

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ


ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Quick-Game
Os fatores A, B ou C podem cada um, individualmente, causar certa doença sem a presença dos outros dois fatores, mas somente quando acompanhados da exposição ao fator X. A exposição ao fator X por si só, não determina a ocorrência da doença, mas a doença jamais ocorre na ausência da exposição ao fator X. O Fator X é?

ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ


ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

Esses e outros assuntos relacionados você encontra em nosso Curso de Epidemiologia essencial EpidemioPro
Picture of Larissa F. Araújo

Larissa F. Araújo

Professora, PhD em Epidemiologia | Nutricionista, mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa, doutora e pós-doutora em Epidemiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais no qual participou do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto-Brasil. Foi pesquisadora visitante no Rotterdam Study conduzido pela Erasmus MC em Roterdam na Holanda e, atualmente, é pesquisadora e professora na Universidade Federal do Ceará na área de epidemiologia e bioestatística

Lattes | facebook | Instagram

Compartilhe

Newsletter da Profa.

Plataforma EpidemioPro

Curso Essencial . Comunidade Exclusiva . Aprendizado Contínuo

Ir para a home do Blog

Sample Academy © 2020

Icone EpidemioPro

Este site usa cookies para garantir que você obtenha a melhor experiência em nosso site.