Desenho de estudos epidemiológicos: Caso-controle

Um estudo de caso-controle é um tipo de estudo observacional que se inicia com a seleção de pessoas portadoras de uma doença ou condição específica (casos), e um outro grupo de pessoas que não sofrem dessa doença ou condição (controles). O propósito desse estudo é identificar características (exposições ou fatores de risco) que ocorrem em maior (ou menor) frequência entre casos do que entre controles.

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Delineamento dos estudos de caso-controle

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Esquema: Delineamento dos estudos de caso-controle

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Esquema: Definição da população do estudo

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Definição da população base do estudo

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O número de casos e de controles é definido arbitrariamente pelo investigador e não reflete a relação real entre casos e controles no total da população. Portanto, não se pode calcular os riscos da doença em expostos e não-expostos, nem a razão de risco diretamente. Assim, nesse tipo de estudo, os casos são comparados aos controles através da razão de chances de exposição, razão de pseudotaxas ou razão dos produtos cruzados ((casos expostos/controles expostos)/(casos não-expostos/controles não-expostos)).

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Em um estudo de caso-controle ideal:

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  • Os casos da doença selecionados serão representativos de todos os casos da doença na população de referência;
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  • Os controles selecionados serão uma amostra representativa da mesma população de referência que produziu os casos;
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  • Os controles devem representar a distribuição da exposição na população que originou os casos;
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  • Quantidade: máximo 4 controles para 1 caso;
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  • Tipos de controle:
    – Hospitalar
    – Populacional
    – Vizinho
    – Amigo próximo

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Fique atento a pergunta científica é diferente, veja:

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Estudos de caso-controle:

Pessoas com câncer tem mais chances de terem fumado?

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Estudos de Coorte:

Cigarro aumenta o risco de desenvolver câncer de pulmão.

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Quando fazer?

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  • Em geral, antecede estudos de coorte e experimental nas investigações etiológicas.
    Menor custo e mais rápido.
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  • Doença de baixa incidência: maior eficiência do que coorte para indenticar os casos.
    Menor tamanho de amostra.
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  • Doença que tem período delatência prolongado.
    Mais rápido.

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As principais vantagens dos estudos de caso-controle é que são estudos relativamente baratos e rápida execução quando comparados aos estudos de coorte. É útil para estudos de doenças raras, já que possibilita o recrutamento de um maior número de casos e um menor espaço de tempo. Como a amostra é menor que do que em estudos de coorte, podem ser empregados exames/ e ou testes caros ou laboriosos e é mais fácil de se fazer controle de qualidade das técnicas e medições utilizadas e não há perda de seguimento. Permitem a investigação simultânea de uma grande diversidade de fatores de exposição, o que torna esse delineamento particularmente útil para o estudo de doenças cujos fatores potencialmente associados são pouco conhecidos. 

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Já as desvantagens são o fato de não permite estimar incidência, não são bons para investigar exposições raras, muito susceptíveis ao viés de seleção e informação, os controles podem não representar indivíduos sob risco de adoecer na população que deu origem aos casos, os casos podem não ser representativos da população de casos da população de referência, e as taxas de participação e a qualidade dos dados podem diferir entre casos e controles. 

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Quick-Game:
Seria adequado realizar um estudo de caso-controle para investigação de câncer de pulmão?

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Larissa F. Araújo

Professora, PhD em Epidemiologia | Nutricionista, mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa, doutora e pós-doutora em Epidemiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais no qual participou do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto-Brasil. Foi pesquisadora visitante no Rotterdam Study conduzido pela Erasmus MC em Roterdam na Holanda e, atualmente, é pesquisadora e professora na Universidade Federal do Ceará na área de epidemiologia e bioestatística

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