Os estudos epidemiológicos buscam entender as relações entre exposições, desfechos e outras variáveis que possam influenciar essa relação. Assim, a classificação e mensuração correta das variáveis são fundamentais para garantir a validade e a confiabilidade dos estudos epidemiológicos, permitindo a identificação de associações e relações causais entre a exposição e o desfecho, bem como o controle de variáveis de confusão, mediação e interação.
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A variável de exposição representa o fator de risco ou proteção que se deseja investigar na relação com o desfecho, que por sua vez pode ser uma doença ou condição de saúde. Ambas quando corretamente mensuradas permitem avaliar a magnitude dessa relação.
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Sinônimos
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- Fator de exposição;
- Variável independente;
- Variável explicativa;
- Fator de risco;
- Variável preditora;
- Variável de tratamento (quando a exposição é uma intervenção);
- Variável causal.
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A variável desfecho, também conhecida como variável dependente, é utilizada para avaliar o resultado ou efeito de uma intervenção, exposição ou fator de risco.
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Exemplo: O tabagismo é fator de risco (ou variável de exposição) para o câncer de pulmão (variável resposta ou dependente)
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Na epidemiologia, o confundimento (ou variável de confusão) ocorre quando uma terceira variável que também um é fator de risco ou proteção para a doença distorce ou mascara a verdadeira relação entrea exposição e o desfecho, sendo importante controlar seu efeito na análise estatística seja por meio de ajustamento ou estratificação.
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Por exemplo
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Resultados de um estudo evidencia que indivíduos que bebem moderadamente têm uma menor probabilidade de desenvolver doença coronariana do que aqueles que não bebem.
No entanto, se o estudo não considerar fatores como idade, tabagismo(sim/não) ou sedentarismo (sim/não), que são variáveis confundidoras conhecidas, a relação observada entre consumo moderado de álcool e menor risco de doença coronariana pode ser erroneamente atribuída ao consumo de álcool, quando na verdade outros fatores podem estar influenciando a relação.
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A variável de mediação é uma causa intermediária entre a exposição e o desfecho, e quando presente num modelo causal sua mensuração é relevante para entender como a exposição age para causar o desfecho. E pode explicar parcialmente ou totalmente a relação causal.
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Tabagismo -> Aterosclerose -> Infarto Agudo do Miocárdio
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A variável de interação modifica o efeito da exposição no desfecho e normalmente é analisada ao estimar como diferentes subgrupos da população podem ser afetados de forma diferente pela exposição na ocorrência do desfecho.
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O tabagismo modifica o efeito (interage) com a exposição ocupacional ao asbesto (amianto) potencializando o risco de desenvolver câncer de pulmão.
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Ou seja, quem trabalha na produção de telha de amianto e fuma possui uma maior probabilidade de desenvolver câncer de pulmão quando comparado a quem só está exposto ao asbesto no trabalho e não fuma e também naqueles que fumam e não estão exposto ao asbesto.
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