Desenho de estudos epidemiológicos: Relato e série de casos

  • Costuma ser a primeira abordagem de uma nova doença;
  • Usado para descrever problemas pouco conhecidos e cujas características ou variações naturais não foram convenientemente detalhadas.
  • Observa-se um ou poucos indivíduos com a mesma doença ou evento e a partir daí, traça suas principais características.
  • Úteis para levantar problemas (sugerir hipóteses).
  • Deve-se evitar tirar conclusões.

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A inclusão de apenas um ou poucos indivíduos caracteriza o “estudo de caso” ou “de casos”.

Um número maior de pessoas incluídas na investigação constitui a “série de casos”.

Série de casos constituiu-se de um mínimode 10 unidades e, o estudo de casos,de 1 a 9 pacientes.

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Objetivo

Fazer observações sobre pacientes com uma característica clínica. (ex: pacientes com certa doençaou com um determinado conjunto de sintomas).

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Desenho

Simples descrição de dados clínicos sem grupo de comparação.

Observações devem ser abrangentes e detalhadas:

  • Clara definição do fenômeno estudado;
  • Descrição dos indivíduos deve seguir mesma metodologia; e
  • Todas as observações devem ser confiáveis e reproduzíveis.ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ

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Análise

Nenhuma se apenas um caso;
Simples se for uma série de casos:

  • Medidas de tendência central;
  • Proporções e intervalos de confiança;
  • Subgrupos podem ser agrupados por características (sexo, idade, etc.)

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Dentre os estudos descritivos, incluem série de casos (descrição de uma série de pacientes) ou relatos de caso (descrições de pacientes individuais). Este tipo de estudo não tem referência populacional e habitualmente é realizado em um serviço de atenção à saúde, frequentemente hospitalar. São especialmente úteis em situações de detecção de epidemias, descrição de características de novas doenças, formulação de hipóteses sobre possíveis causas para doenças, descrição de resultados de terapias propostas para doenças raras e de efeitos adversos raros em doenças comuns.

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A pesquisa pode se limitar a descrever em detalhe as manifestações da doença, dados da queixa principal e da anamnese, sintomas referidos, sinais clínicos detectados, resultados de exames de laboratório e imagem e a conclusão diagnóstica. Na série de casos, ainda é possível descrever essas características conforme sexo, idade, condições médicas pregressas ou outras informações relevantes de interesse que estejam disponíveis para análise.

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A utilidade deste tipo de estudo no âmbito clínico é alertar aos profissionais de saúde sobre a existência do evento em seu meio, para efeitos de diagnóstico e diferenciação. Um evento raro pode ser o primeiro sinal de uma epidemia ou de doença emergente. Há precedentes de descrições de padrões de evolução ou distribuição divergentes que levaram à conclusão da existência de eventos novos ou comportamentos inéditos de doenças existentes. Nesse sentido, estes estudos têm relevância para a vigilância epidemiológica, porque podem revelar achados preliminares de doenças emergentes ou reemergentes que se estão espalhando em novos cenários epidemiológicos.

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Exemplos

  1. CDC. Pheumocystis pneumoniaLos Angeles. MMWR 1981;30:250-2.Relato de cinco casos de pneumocystis pneumonia em homens homosexuais anteriormente sadios.
  2. Angiosarcoma do fígado em trabalhadores de uma planta manufatureira de polyvinylchoride(Creech and Johnson, 1974).Relato de um cluster de casos com características similares.

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Interpretação/Conclusão:

  1. O que se sabia antes do relato?
  2. Que fenômeno novo foi ilustrado?
  3. Que outros estudos devem ser conduzidos?
  4. O grupo estudado é representativo do conjunto de pacientes com esta doença?
  5. Que conclusões podem ser generalizadas?

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Vantagens

  1. Útil para formular hipóteses, conhecer história natural da doença, descrever uma experiência clínica;
  2. Fácil e barato.

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Desvantagens

Viés de seleção, dificuldade de generalizar resultados

A. Apenas os mais doentes/graves foram incluídos?
B. Os achados podem ser uma ocorrência casualda doença?

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Larissa F. Araújo

Professora, PhD em Epidemiologia | Nutricionista, mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa, doutora e pós-doutora em Epidemiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais no qual participou do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto-Brasil. Foi pesquisadora visitante no Rotterdam Study conduzido pela Erasmus MC em Roterdam na Holanda e, atualmente, é pesquisadora e professora na Universidade Federal do Ceará na área de epidemiologia e bioestatística

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